segunda-feira, 20 de julho de 2009

Carta-manifesto contra a Cracolândia

A comunidade do bairro de Campos Elíseos e adjacências vem publicamente protestar junto à Prefeitura de São Paulo e o Governo do Estado quanto ao modo como vêm tratando o grave problema da Cracolândia e dos moradores de rua na cidade de São Paulo.

Campos Elíseos e bairros adjacentes não aceitam que a nova Cracolândia se instale nas suas ruas, sendo empurrada pela Prefeitura, que entrega a região da Nova Luz ao poder do capital e da especulação imobiliária.

Exigimos que a Prefeitura e o Governo do Estado apresentem urgentemente solução para o problema e um plano de metas para nossos bairros, considerando:

a) A necessidade de um programa sério de saúde, criado e mantido pela Prefeitura e pelo Estado, para tratamento de usuários de crack e outras drogas, com criação e implementação de clínicas para tratamento de dependentes químicos.

b) Promova uma discussão pública e com especialistas a respeito do direito dessas pessoas a tratamento de saúde e acolhimento social.

c) Respeito à Lei Municipal 12.316 em relação aos serviços sociais necessários e urgentes para acolhimento e atendimento a moradores de rua, devolvendo-lhes a dignidade perdida e/ou ameaçada.

d) Coíbam e fiscalizem ações assistencialistas no bairro que visam manter as pessoas carentes em situação de miséria permanente por exclusiva dependência de supostos benefícios.

e) Promovam a revitalização e recuperação dos bairros centrais para que estes não venham a se tornar, posteriormente, alvo da especulação imobiliária que pisa na história dos bairros e da cidade de São Paulo.

Nosso manifesto visa mostrar à população que, por atrás de importantes e necessários equipamentos culturais para a cidade, como a Sala São Paulo, a Estação Pinacoteca e a Escola de Balé, existe um entorno totalmente degradado que agoniza a céu aberto e que tem sido tratado pelo Poder Público com desprezo e desrespeito aos cidadãos do centro. Não queremos que nossos bairros se tornem num futuro próximo alvo de predadores movidos exclusivamente pela especulação imobiliária.

Exigimos respeito, segurança e participação nas decisões quanto ao futuro de nossos bairros.

São Paulo, julho de 2009

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