quarta-feira, 30 de junho de 2010

SP tem 160 pedágios

Os motoristas que trafegam pelas estradas paulistas pagarão mais caro pelas tarifas a partir dessa quinta-feira. Trata-se de mais um trololó?

Disparos certeiros

Declarações de Johan Cruyff, o maior jogador de futebol da história da Holanda:

“Cadê o time brasileiro que todos nós conhecemos? Lembro de jogadores como Gerson, Tostão, Sócrates, Falcão, Zico. Agora, só vejo Gilberto, Melo, Bastos, Julio Baptista”.

“Onde está a magia brasileira? Posso entender por que Dunga chamou alguns desses jogadores, mas cadê o armador, a habilidade no meio-campo?”

“Eu não acho que nenhum espectador gostaria de pagar para ver esse time. Eu nunca compraria um ingresso”.

“Eles têm jogadores talentosos, mas jogam de uma maneira defensiva e pouco empolgante. É uma vergonha para o torneio. Os torcedores sempre querem apreciar o futebol brasileiro, a fantasia que eles trazem para a Copa do Mundo, mas não terão nada disso agora”.

Amigas

Como sabido, Dilma Rousseff encontrou-se com empresárias e socialites, em um jantar organizado por Abílio Diniz. Curioso, foi a descrição da sogra do Kaká, representante da Dior no Brasil, feita por uma das presentes: "A primeira pessoa que perguntou foi a Rosangela Lyra, da Dior, uma débil mental a qual [sic] pessoalmente tenho uma implicância há anos e que resolveu questioná-la sobre fé"

Papelão

O tempo é senhor de tudo. Estava certa a Namoradinha do Brasil em 2002? Era justificado o seu meeedo?

Dunga

terça-feira, 29 de junho de 2010

Embriagai-vos

É necessário estar sempre bêbado.

Tudo se reduz a isso; eis o único problema.
Para não sentirdes o fardo horrível do Tempo, que vos abate e vos faz pender para a terra, é preciso que vos embriagueis sem tréguas.

Mas – de quê ? De vinho, de poesia ou de virtude, como achardes melhor.
Contanto que vos embriagueis.

E, se algumas vezes, sobre os degraus de um palácio, sobre a verde relva de um fosso, na desolada solidão do vosso quarto, despertardes, com a embriaguez já atenuada ou desaparecida, perguntai ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai-lhes que horas são; e o vento, e a vaga, e a estrela, e o pássaro, e o relógio, hão de vos responder:

- É a hora da embriaguez ! Para não serdes os martirizados escravos do Tempo, embriagai-vos; embragai-vos sem cessar !

De vinho, de poesia ou de virtude, como achardes melhor.


Laranja Mecânica

Naquele certame, o Brasil subestimou a Holanda. Como sabemos, levou um chocolate. Agora, dizemos que a equipe holandesa é a que mais se aproxima do futebol sul-americano. Com exceção da Argentina, e com ressalvas, não vejo nenhum encanto diferente por aqui. Prefiro o toque de bola da Espanha. Não é por termos mais "história" e "tradição" que devemos nos colocar tanto no centro da coisa assim. A seleção de Dunga nem merece.

Seleção Japonesa

Senti pela saída do Japão. Na disputa "legítimo" x "falsificado", deu Paraguai. Legítima vitória paraguaia. Mas, certamente, a equipe japonesa foi a maior surpresa da Copa. Pena! Gostei dos gols de falta e, principalmente, do belíssimo drible que originou o último gol no jogo contra a Dinamarca.

O melhor da Copa

Pedágios paulistas

O alto custo do pedágio nas estradas de São Paulo é trololó petista?

sábado, 26 de junho de 2010

Música que faz sucesso em mim

O samba é pai do prazer
O samba é filho da dor

O grande poder transformador

"Desde que o samba é samba", Caetano Veloso

Pompidou

Filme de Terror?



Sim, à moda de uma cena final de Hitchcock, estavam Aloysio Nunes, Serra e Alckmin. E assistiam a que? Claro, ao time de Dunga.

Fugaz

Nada de novo sob o sol: saio, agora, a fim de umas cervejas geladas e de uma conversa boa. Afinal, mais vale um bocado com prazer, do que dois bocados com fadiga. Saio com esta máxima: um copo na mão e algumas ideias na cabeça.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Um tempo e outro tempo

Amor sobre amor: cresce, sem ter crescido. Por ter sido, é, sendo. Como amasse, amamos. Sobre o conhecido, nossa experiência. Amamos, por decisão: estilo de vida, dentro de contrariedades sabidas. Sem derramamentos, no teatro do nosso coração, vamos, amantes: Pista sempre obscura da vida.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Segundo Tempo

A equipe brasileira ganha. Sem brilho. Flertando com o pior. Penso que contra a seleção nem mesmo o corvo Edgar será preciso. A uruca é desnecessária diante de um futebol tão sofrível.

Primeiro tempo

Certame previsível. Sem novidades. Os entendidos dizem que Dunga ganhou tudo. Portanto, merece respeito. Provavelmente, o time mudará. Não de imediato, pois é preciso cautela diante da perigosa seleção da Coréia do Norte. E com espírito novo - é preciso - ganhará o jogo. O primeiro tempo, no entanto, expressa a visão de jogo de Dunga. Coerente. Teimosa. Rancorosa. Feia. Antifutebol.

domingo, 13 de junho de 2010

É o silêncio ...

É o silêncio, é o cigarro e a vela acesa.

Olha-me a estante em cada livro que olha.

E a luz nalgum volume sobre a mesa...

Mas o sangue da luz em cada folha.


Não sei se é mesmo a minha mão que molha

A pena, ou mesmo o instinto que a tem presa.

Penso um presente, num passado. E enfolha

A natureza tua natureza.

Mas é um bulir das cousas... Comovido

Pego da pena, iludo-me que traço

A ilusão de um sentido e outro sentido.

Tão longe vai!

Tão longe se aveluda esse teu passo,

Asa que o ouvido anima...


E a câmara muda. E a sala muda, muda...

Afonamente rufa. A asa da rima

Paira-me no ar. Quedo-me como um Buda

Novo, um fantasma ao som que se aproxima.

Cresce-me a estante como quem sacuda

Um pesadelo de papéis acima...

.......................................................................

E abro a janela. Ainda a lua esfia

últimas notas trêmulas... O dia

Tarde florescerá pela montanha.


E oh! minha amada, o sentimento é cego...

Vês? Colaboram na saudade a aranha,

Patas de um gato e as asas de um morcego.


Pedro Kilkerry


CAMPOS, Augusto de. ReVisão de Kilkerry. São Paulo: Editora Brasiliense, 1985.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Vuvuzelas

Engrossando o coro: quem foi o corno que inventou a corneta?

Tua voz:

música que faz sucesso em mim.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

La vie en Robe

Gesto:
alegria do coração que nem sempre é expansividade.
percepção.
sensibilidade.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Verdades e mentiras

É bom falar mal do capitalismo. Fácil. Ao fazermos, entendemos como ninguém o significado da expressão "lavar a alma". Discursamos, nos inflamamos contra as injustiças da vida, como se nosso discurso pudesse representar um fio, um pequeno elo de organização neste mundo tão descrente de tudo, mundo, mundo, sem rima, sem solução, mundo grande sem porteira. O difícil mesmo é quando vivenciamos o tal "sistema". É sempre mais cruel. Nada fácil. Carnadura, cidade, realidade oca, coxa, capenga. Nunca me esqueço de um personagem, se não me engano interpretado por Javier Bardem, de Segunda-Feira ao Sol, filme espanhol que desbancou o badaladíssimo Fale com Ela, de Almodóvar, na busca do Oscar de melhor filme estrangeiro, naquele já longínquo ano de 2002. Ele se lamentava do fato de que todas as promessas feitas em nome do socialismo se mostraram grandes mentiras. Mas constatava o pior: tudo o que foi prometido pelo capitalismo era de fato verdade.

Consolo na Praia

Vamos, não chores.
A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não se perdeu.

O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.

Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis carro, navio, terra.
Mas tens um cão.

Algumas palavras duras,
em voz mansa, te golpearam.
Nunca, nunca cicatrizam.
Mas, e o humour?

A injustiça não se resolve.
À sombra do mundo errado
murmuraste um protesto tímido.
Mas virão outros.

Tudo somado, devias
precipitar-te, de vez, nas águas.
Estás nu na areia, no vento...
Dorme, meu filho.

ANDRADE, Carlos Drummond de. A Rosa do Povo. In: Poesia Completa. Volume Único. Rio de Janeiro: Ed. Nova Aguilar, 2002.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Dom de Iludir

"Não me venha falar na malícia de toda mulher
Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é."


Caetano Veloso

Que desliza

Onde seus olhos estão
as lupas desistem.
O túnel corre, interminável
pouco negro sem quebra
de estações.
Os passageiros nada adivinham.
Deixam correr
Não ficam negros
Deslizam na borracha
carinho discreto
pelo cansaço
que apenas se recosta
contra a transparente
escuridão.

CÉSAR, Ana Cristina. A Teus Pés. São Paulo: Editora Ática, 1998.