sexta-feira, 4 de julho de 2008

Podemas

Devo dizer que sequei muito o Fluminense. Inquietava-me ver um time que poderia estufar o filó tantas vezes com beleza e precisão, como se sonha sempre ser possível, ficar perdido técnica e emocionalmente a ponto de tomar de quatro no Equador. Inquietava-me ver que a firula exata, a pintura do chute a gol e a emoção da idéia quando ginga de Dodô estavam no banco por conta de uma mistura improvável de arrogância e medo de Renato Gaúcho. Confiança não é soberba, e muito menos arrogância pública, diria Xico Sá. A vaga geometria em direção ao corredor e a paralela do impossível foram atropeladas por um time mediano. Detalhes do futebol, esse esporte do imprevisto. Mas sempre acho que os técnicos que querem ser mais do que o próprio jogo merecem perder. Tal como no famoso diálogo entre Degas e Mallarmé, no qual este afirma que a poesia é feita de palavras e não de idéias, o futebol é para quem joga e não para quem fala.

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