quinta-feira, 23 de setembro de 2010

CC entrevista Hildegard Angel V

CC – A sra. também criticou na rede a passeata dos humoristas contra a “censura”. Por quê?
HA –
A passeata deles não era a favor do humor, era a favor do Serra, não era contra a censura, era contra o governo. Foi uma passeata que teve um defeito de origem: não esclarecer o real motivo do humor não estar liberado, que era um projeto dos deputados, não do governo ou do TSE. Ou seja, foi uma passeata ignorante que disseminava a ignorância. Quem faz humor político não pode ser ignorante, porque é o humor mais sofisticado que há. Além disso, vi no CQC eles fazendo humor de uma maneira muito grosseira com dona Marisa Letícia, dizendo que o Eike Batista tinha faturado ela e ia comprar uma coleira… Isso se diz da mulher do presidente da República? É comparável à ofensa que o Irã fez em relação a Carla Bruni. 

CC – Manifestar-se politicamente agora a recoloca mais no caminho do Stuart e da Zuzu?
HA –
Me sinto um pouco refém da coragem da minha família, é como se tivesse retomado meu curso. Como se cumprisse uma trajetória que estava ali me esperando, neste momento que as pessoas se acomodaram, que estão submetidas a seus empregos, todas colocadas na grande imprensa, com uma posição monocórdia, um pensamento único. Vou estar sendo dura e talvez injusta, mas é muito fácil ser herói quando isso lhe dá ibope. Difícil é ir contra a corrente quando isso vai pegar mal para você. Sou uma colunista social e meu patrimônio são as elites. Meu leitorado principal são as elites. Me surpreende e me enternece que elas me respeitem agora mais do que nunca.

CC – Pretende se tornar uma guerrilheira online?
HA –
Eu seria muito pretensiosa e desrespeitosa se de alguma maneira usasse essa qualificação de guerrilheira. Guerrilheiro foi meu irmão. Eu não fui. Estou tirando o atraso, só isso.

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