terça-feira, 27 de julho de 2010

Erudito sofrimento

Engraçado um país que estimula o "investimento" em cultura a partir de desoneração fiscal, ao mesmo tempo em que participa do agravamento de um trágico colapso educacional. Entre o monstruoso e o sublime, lembro-me de que, há alguns anos, nos trens que ligam a região da Berrini ao subúrbio e a cidades vizinhas de São Paulo, ouviam-se Bach, Beethoven, Chopin, Mozart e Brahms. Esses trens desafiavam a conhecida lei da física, pois dois ou três corpos ocupavam sim o mesmo espaço no chamado horário de pico. As pessoas reclamavam. Queriam ouvir forró, pagode ou sertanejo. Nunca me esqueci da cena. Sempre quis escrever sobre isso. Nao sei se por galhofa ou melancolia. 

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