quinta-feira, 15 de julho de 2010

Uns Braços

Não o achei propriamente bom, mas sim, engraçado. E engraçado mais pelas distâncias do que pelas semelhanças que observei ao comparar as imagens que fazia das personagens D. Severina, Inácio e Borges com as imagens que nos são apresentadas no filme. Parece-me quase sempre decepcionante a adaptação de grandes obras da literatura nacional ao cinema. Excluiria, sem dúvida, Lavoura Arcaica. Filme e livro dialogam em sintonia perfeita, cada um com sua linguagem. De Uns Braços, baseado no célebre conto de Machado de Assis, não poderíamos dizer a mesma coisa. Vale, entretanto, pelo narrador em off. O que é dito, como se sabe, serve mais para mostrar o ocultamento da paixão do que o seu desenrolar. Capciosa natureza do desejo. Há ideias que são da família das moscas teimosas: por mais que a gente as sacuda, elas tornam e pousam.

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